Nikki-chan
Contos em forma de memórias ou memórias em forma de contos?

Natureza humana...

10:51
- Você precisa de gás? Você quer gás?
- Sim.
- Então me traga uma garota!
-...Você quer vender gás por mulher?
- É isso aí. E tem que ser bonita.

Não com essas palavras, esse diálogo ocorreu no filme “ALL TOMORROW'S PARTIES", do diretor Yu Lik-wai. Poderia, no entanto, estar na nova produção de Fernando Meirelles, “Ensaio sobre a cegueira”, uma adaptação do renomado romance de José Saramago.

A premissa básica de ambos os filmes é a mesma: a atitude dos homens durante o apocalipse. Enquanto o livro de Saramago é mais próximo de uma situação religiosa, o filme de Lik-wai se prende à situações já vividas pela humanidade, mas que resultam em extremos ainda não vistos. Mas que poderiam facilmente acontecer.

Saramago retrata uma situação excêntrica: a humanidade fica cega. Uma cegueira diferente, uma cegueira branca. E somente uma mulher continua enxergando.

“All Tomorrow’s parties” conta a história de dois irmãos que são presos e enviados para um acampamento. A Terra parece estar em guerra, entre o tirano que controla a China – ou a Terra, não fica tão nítido durante o filme - e os seus opositores – que também não sabemos quem são.

Um dia, o tirano desaparece. Sem saber ao certo o que fazer, os prisioneiros e refugiados saem do acampamento e encontram cidades desertas e destruídas, com poucos recursos naturais.

Os recursos básicos também faltam para os cegos de Saramago. A comida está no fim e um personagem – interpretado por Gael Garcia – toma o controle sobre o estoque. Em troca de alimento, ele exige dinheiro. Quando o dinheiro acaba, passa a exigir as mulheres. Daí a comparação com o filme chinês.

São dois filmes que, apesar de temas muito parecidos, são distintos. Tanto no enredo, quanto na filmagem...Meireles coloca algo de blockbuster em sua produção, enquanto Lik-wai mantém características próprias do cinema oriental, como a questão do final aberto para que o público possa refletir sobre o destino dos personagens. Para um ocidental acostumados com o “happy end” dos filmes americanos, o final de “All Tomorrow’s parties” seria bem seco.

Em todo o caso, acho que a crítica foi injusta com Fernando Meireles. Muito se criticou, mas acho que, como filme, ele é bom. Como adaptação, pode ser que não. Não posso afirmar, por que não li o livro.

Em geral, as adaptações nunca conseguem satisfazer os fãs dos livros. O que eu acho que é natural e não podemos pensar em fidelidade, pois se trata de dois tipos de linguagens totalmente diferente. E, na minha opinião, a literatura tem uma vantagem quanto ao cinema, por que a imaginação do leitor tem mais liberdade do que quando exposta às cenas impostas pelo telão. Mas não quero, com isso, diminuir o valor do cinema. Até mesmo porque, adoro filmes!

Voltando ao tópico inicial, ambos os filmes são ótimos para refletir sobre a natureza do homem. Nascemos bons? Nascemos mal? O meio nos corrompe? Por que, em meio ao desespero, a individualidade fala mais alto e nos tornamos cruéis? Temos que conhecer o contexto para julgarmos?

Na minha opinião, uma coisa é você ser cruel por sobrevivência, mas sobreviver não inclui a humilhação do outro.

Em “Ensaio sobre a cegueira”, me disseram que o contexto dos personagens fica em segundo plano. E eu concordo. Não conhecemos a história dos personagens por que é irrelevante e isso fica explícito no fato dos personagens não terem nomes, apenas profissão. Temos o taxista, o ladrão, o médico, a mulher do médico. O que nos leva a pensar que o que importa é a partir do momento da cegueira e como cada um reage à situação.

E as reações, como não poderia deixar de ser, são diferentes. Mas uns tendem à crueldade e outros tendem a tentar organizar para sobreviverem em grupo. O que difere um do outro nessas condições?

Muitas perguntas para uma história que me deixou angustiada sim, mas que, por outro lado, colocou minha massa cinzenta para funcionar. Posso e não consigo mesmo responder a tudo, mas acho que só a reflexão já torna válida a mensagem de Saramago.

A produção chinesa, por sua vez, segue por uma linha de pensamento não apenas do comportamento humano, mas, sobretudo, da relação homem e mulher. A história foca o relacionamento de dois casais e como cada um deles se comporta para tentar manter uma relação mais tradicional. Porém, depois de tudo o que passaram, até que ponto os valores tradicionais conseguem sobreviver?

Não conheço bem os trabalhos de ambos diretores, e menos ainda as obras de Saramago, mas essas foram as minhas impressões enquanto assistia aos filmes.

Resumo da ópera: vale a pena assistir!
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Obs: Tenho que registrar que foi injustiça com o japonês no filme "Ensaio sobre a cegueira", viu?! Coitado! Ele é tão fofo unf! haha
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Foto 1: Ensaio sobre a cegueira
Foto 2: All Tomorrow's Parties
Créditos: Reprodução
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O dia em que a Terra parou

19:13
Por que tenho escutado muito Raul Seixas?
Seria efeito do TCC? (...Eu sou quero ficar...Ficar com certeza...Maluco beleza!)

A minha música preferida é "O dia em que a Terra parou"!
É impagável!

O cenário me lembrou o filme "Ensaio sobre a cegueira"...Tanto na música quanto no filme, embora por motivos diferentes, a Terra parou!
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O Dia em que a Terra Parou
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas e Claudio Roberto

Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou
Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê...)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra
parou)
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Não sou parecida com a Winny Cooper

17:28
Pessoas, sinto muito...Mas a internet não mente (?)!

Fiz esse teste, e olhas com que personalidades eu sou parecida...Confesso que só conheço três das pessoas indicadas abaixo rsrs (Fann Wong, Matsu Takako e a Lana de Smallville)



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Momento inoportuno!

12:30
16h30.
Olho para a porta. Eu vejo o vice-presidente com uma visita.

- Esta é a equipe Zashi.

A visita olha pra sala. Ela vê uma estagiária com uma cocada preta na boca.

...

Por que eles sempre trazem visitas nos momentos mais inoportunos?

Estava com fome, oras!
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