Nikki-chan
Contos em forma de memórias ou memórias em forma de contos?

Torre de Babel - Um circuito pra lá de interessante!

10:13
Imagens: Reprodução


O meu mês de outubro foi recheado de filmes de diversas nacionalidades. O título que abriu essa programação pra cinéfilos de plantão foi "Samaria", um dos filmes mais aclamados do diretor sul-coreano Kim Ki-Duk, que fazia parte da mostra "Oriente Desconhecido" do Centro Cultural Banco do Brasil. Fui assistir para escrever uma resenha para a Zashi - quando eu ainda fazia parte da equipe! Ai ai - e nem preciso dizer que adorei!

Kim Ki-Duk me ganhou com o filme "Casa Vazia", que não me canso de citar quando o assunto é cinema sul-coreano. E Samaria não me decepcionou nem um pouco. Principalmente o final! Quem quiser saber mais sobre o filme compre a revista Zashi de novembro! (propaganda básica rs). Mas penso em escrever sobre ele no blog Pop Ásia mais pra frente.

O segundo filme foi um italiano, "Caos Calmo", dirigido por Antonio Grimaldi e com o também cineasta Nani Moretti como protagonista . Adoro o sotaque, ainda mais quando eles falam rápido ou de forma enérgica, é engraçado!
A história é sobre um homem, Pietro, cuja esposa morre e cabe a ele a responsabilidade de criar a filha Cláudia sem que este acontecimento traumatize a menina e, ao mesmo tempo, ele tem que entender os próprios sentimentos.
Parece uma história comum, não fosse o fato de que, ao prometer à filha que não saíria da frente do colégio para mostrar à ela que estava ali para confortá-la, o filme então tem como seu principal cenário o parque em frente à escola. É ali que os outros personagens entram em cena: a cunhada, os colegas do trabalho, as mães de outros alunos e todos eles passam a interagir com Pietro.
Ops, já foram muitas linhas sobre um único filme. É claro que todos eles merecem um post especial, mas o foco deste post é outro.
O terceiro filme é "Baby Love", de Vicent Gareq, trata-se de uma delicada comédia francesa que narra as dificuldades de um homosexual em ser pai. É um filme curtinho (ou será que o enredo é que cativou de tal forma que pareceu curto?), mas atual e que levanta reflexões sobre a hipocrisia da sociedade. Por que um casal de homosexual, cujo relacionamento é estável e ambos possuem empregos ótimos não podem adotar um filho? E o engraçado é que isso é o que acontece em um país, a França, em que o aborto é legalizado. Enfim, é um filme que dá pano pra muitas discussões.

E agora começam os filmes que eu assisti na 32º Mostra Internacional de Cinema.

O primeiro foi o chinês: "A princesa do Nebraska", de Wayne Wang. Não conhecia esse diretor e o filme é bom, embora longo. Eu devo confessar que, desta lista que forma a minha Torre de Babel, foi o que menos gostei, mas acho que isso se deve ao fato de que os outros são realmente ótimos! Neste filme,a protagonista é uma mulher que engravidou e se mudou para a cidade onde recebe apoio do amante do pai do seu bebê. Entre novas experiências vividas com pessoas recém conhecidas, ela sofre com o dilema entre fazer o aborto ou não.

O próximo filme foi um japonês (a minha língua preferida! Adoro italiano, adoro francês, mas o japonês ganha disparado! Um dia eu aprendo essa língua) do Kurosawa. Não, não Akira Kurosawa, mas sim Kiyoshi Kurosawa. Para qualquer amante do cinema asiático, apenas o sobrenome do diretor despertaria curiosidade. Em pesquisas rasas, notei que Kiyoshi é um diretor no mínimo bastante citado entre o gênero de terror. O filme que foi passado na mostra não é desse segmento, mas retrata o drama de uma família em que suas estruturas estão se dissolvendo. O pai bate no filho porque ele quer estudar piano, o filho mais velho se torna soldado e vai para outro país, o pai é demitido e não consegue enfrentar a vergonha e a mãe não consegue cumprir o seu papel em harmonizar a família. "Tóquio sonata" é um belo filme.

Por fim...Será que alguém conseguiu ler até aqui?? Bem, por fim o meu preferido: WONG KAR-WAI! Com uma nova versão do seu filme "Cinzas do Passado", filmado em 1994/95, eu assisti pela primeira vez um filme seu em estilo wuxia. Mas, mesmo lidando com personagens que dominam as artes marciais, Kar-Wai continua sendo o mesmo romântico de outros filmes. Seus personagens nesta película sofrem por amor e a questão da memória, bastante discutida em outra produção de Wong Kar-wai, o filme "2046", também está presente nessa história. Vale muito a pena assistir esse filme, mais de uma vez, porque é um tipo de narração que quem assiste pode se perder em um piscar de olhos.
Bem, essas são as minhas dicas de filmes!
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Meme (Hein?)

11:32
Fui intimada pela Karina Almeida (Meu Japão é assim) a participar do tal Meme. É uma brincadeira em que você tem que listar 8 coisas que gostaria de fazer antes de morrer. Confesso que foi meio difícil listar 8 coisas, achei que não tinha tantas coisas assim...Mas até que rendeu!

Seguem meus itens:

1- Dar estabilidade aos meus pais
2- Conhecer o Japão
3- Conhecer uma pessoa que faça valer a pena
4- Apreciar o hanami
5- Aprender japonês
6- Ler todos os livros da Agatha Christie
7- Estudar cinema, literatura e história
8- Escrever um livro

A brincadeira continua, e eu tenho que intimar 8 pessoas também. Os sortudos foram:

1- Elisa (Palavras o vento leva)
2- Jorge (Coincidências não existem)
3- Erika (Tudo ao meu redor)
4- Luciane (Ultra-secreto)
5- Guilene (Beija-flor Azul)
6- Arthur (Japão e etc)
7- Janaína (Veneno da Gata)
8- Fábio (Se avexe não)


As regras (do tal do MEME):

• Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir embora daqui;
• Passar o meme para 8 pessoas;
• Comentar no blog de quem lhe passou o meme;
• Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da "intimação";
• Mencionar as regras.
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É por isso que o desemprego está em alta no mundo...

17:58
Estava navegando na net e me deparei com a seguinte notícia: "Bar japonês emprega macaco como garçom". Era só o que faltava!



...Aposto que ele deve ter seus dias de férias!

Para ler a matéria, clique aqui!
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Sobre o "Lulês"

18:43
Variedades lingüísticas:

São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

-Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.

-Norma popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.

(Fonte: http://www.ficharionline.com/ExibeConteudo.php5?idconteudo=5603)


Em uma mesa de bar (sempre tem que ser em uma) surgiu a seguinte pérola: o presidente Lula não fala errado. Ele apenas não usa o português normativo. É o que os professores da Usp falam.

Diante de tal (fraco) argumento, nem prolonguei a discussão, ainda mais por que veio de uma pessoa que eu amo muito. Então preferi mudar de assunto, ainda mais por que anteriormente estava rolando a conversa do filme “Ensaio sobre a Cegueira” (Eu digo que não vou conseguir parar de pensar nesse filme por um bom tempo!) e eu ainda estava refletindo sobre o que foi dito.

Ao chegar em casa, porém, não conseguia dormir. Essa afirmação ficou entalada na minha garganta. Meu Deus! Agora justificam os erros de português do presidente? Então pra que raios eu tenho que aprender gramática?

Inquieta, fui pesquisar sobre o assunto.

Pelo que eu entendi, o que consideramos “errado” no modo de falar, na verdade é uma variedade da língua padrão. Nesse caso, o nosso presidente fala uma variedade do português.

Durante as pesquisas encontrei também blog com um post falando de um email, escrito pelo professor Carlos Carota, sobre uma crítica do FHC a respeito do presidente Lula, criticando este pelo seu modo de falar. Carota afirma que essa crítica está carregada de preconceito, não apenas contra Lula, mas também contra “nós todos brasileiros, uma maioria que fala como Lula, tem história de vida muito próxima da de Lula e que se não teve acesso à escola formal, pública, gratuita e de boa qualidade no tempo devido, isto certamente deveu-se às historicamente construídas e bem defendidas por falas como a do rei combalido, FHC, táticas e estratégias de manutenção de poder, exploração das massas, e manutenção das péssimas condições destes que, no final, ainda são injustamente condenadas e individualmente responsabilizadas por sua atual situação como se pudessem ter tido, num sistema excludente, perverso e massacrante, escolha de fato”.

Eu proponho a seguinte reflexão: se temos uma norma padrão, sem querer menosprezar a variedade linguistica, mas não se espera de um chefe de estado que este utilize a norma culta? Afinal, dele depende a vida de todos os cidadãos. É o presidente que representa o povo, é ele quem trata com políticos internacionais.

Enfim, podem ter “n” justificativas para o fato do presidente não saber falar a norma culta da nossa língua. E também o fato dele não usar a norma culta não está necessariamente ligada à falta de inteligência. Quem sou eu pra julgar as pessoas pelo modo como elas falam?

Mas a questão é, por acaso o vestibular consideraria erros de concordâncias como a variedade linguistica? Por acaso em uma entrevista de emprego tolerariam o uso de estruturas gramáticas contrárias às normas cultas?

Se uma matéria jornalística deixa passar erros de digitação – veja bem e nem são erros de português – pode-se ter certeza de que os leitores não deixarão passar em branco.
E um jornalista está longe de ter a mesma importância de um PRESIDENTE!

Por que, no caso de quem está na presidência, isso é tolerado? E, ainda mais, é considerado preconceituoso quem o critica.

Se temos a norma culta da língua, não é o mais correto usá-la?

Pessoas, é sério. Estou confusa, muito confusa.

E isso por que eu ainda nem citei o outro parágrafo do post em que diz que critica os professores “por não perceberem o quanto fazem o jogo do poder e da dominação que quer, atendendo aos interesses de uma minoria escolarizada e bem nascida, discriminar a maioria da população que fala o português como todos falam” (agora eu citei!)

Hum. Ensinar a norma culta da língua portuguesa é forma de alienação?

De fato, estou confusa. Por favor, leiam o post na íntegra e me digam se eu compreendi o teor de forma errada.

Estou tão confusa que não sei se este post está claro. Para resumir, a minha opinião é a seguinte: respeitemos as variedades linguisticas, mas não podemos nos esquecer de que existe a língua padrão, que é exigida para todos os profissionais. E o presidente deveria estar incluído nisso.
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Encontros e Desencontros

19:55
Não, eu ainda não assisti a esse filme tão comentado de Sofia Copola. A verdade é que quinta-feira, dia 02/10, foi um dia assim.

Eu tive que ir até o CCBB assistir um filme da mostra Oriente Desconhecido, o famoso Samaria, do diretor sul-coreano Kim Ki-duk. Este cineasta me conquistou com Casa Vazia (você pode ler mais sobre esse filme clicando aqui e será redirecionado para a resenha que eu fiz para o site Zashi!).

Enfim, combinei fazer esse trabalho tãooooo chatooooooo e tão entendianteeeeee na companhia de uma amiga. Acontece que a sessão era às 17h. Ela se atrasou e não conseguiu entrar na sala. Eu desliguei o celular assim que entrei na sala (morro de medo do celular tocar em uma sala de cinema ou em teatro! Mó vergonha!). Resultado: nos desencontramos de vez.

Quando religuei o aparelho, já na estação Ana Rosa, recebi uma sms da minha amiga pedindo para ligar em seu celular. Liguei. Adivinhem? Caixa postal. Outro desencontro.

Tudo bem! Naquele momento eu estava na estação procurando outra amiga para irmos ao teatro assistir Muito barulho por nada, de Shakespeare. Até aí, não querendo tirar o glamour do dramaturgo inglês, mas nada de anormal. O diferente nessa peça, e atrativo para mim, era o fato dos atores serem japoneses. Ou seja: a peça foi encenada toda na língua nipônica. (O que, embora tenha havido alguns problemas com a legenda, foi algo bem curioso!).

Eu estava lá, esperando minha amiga por uns trinta minutos quando ela liga. Eu estava na saída errada. (Mané!! Ela grita!). Tudo bem, meu senso de direção nunca foi dos melhores.

Ela tinha dito: “Sai da catraca, vira à direita e é à saída da esquerda”.

O que eu fiz: Saí da catraca, virei à direita e subi na escada rolante. Lá em cima, saí pela esquerda. (Nem me liguei de que NÃO tinha opção pela direita!).

Enfim, outro desencontro. O último da noite. [Ainda bem!]
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