Nikki-chan
Contos em forma de memórias ou memórias em forma de contos?

Coisas de redação...Ou não!

08:05
Meu telefone toca.
- Alô?
- Alô, Karina?
- Sim.
- A Su não está?

Olho para trás.
- Tá sim.
- Ah então, pergunta para ela se ela falou com o Luís do Paraná.

Olho para trás. Transmito o recado.
- Ela disse que não.
- Ah, então deve ter sido a outra Érika.
- ...
- Obrigado!
- De nada...

Olho para as meninas.
- Ele ligou para mim, para perguntar da Su, pra descobrir que não é a Érika daqui!

Alguém vê lógica nisso?
E para completar:

Erika:
- Mas ele já tinha me ligado e perguntado isso...
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Miyazawa e Ganga Zumba

16:11

Foto: Erika Hobbo
Legenda: Da esquerda para direita: Eu, Denis, a violonista do Ganga Zumva, Fernanda, Michel eRenata

Ontem foi um domingo divertido!

Em comemoração ao centenário da imigração japonesa, o cantor Kazufumi Miyazawa realizou algumas apresentações..Só em Sampa foram duas!!
Como boa descendente desligada da cultura japonesa - não por vontade própria - eu só o conhecia por causa da música Shimauta e por que a Lucy-neechan é fã dele e da banda Ganga Zumba.
E admito que esperei mais pela Shimauta do que outra música desconhecida. Quando o show começou, porém, foi bem divertido.
Miyazawa AMA o Brasil. Já veio umas 20 vezes. Falou o máximo possível em português. Fez uma música em homenagem a última imigrante japonesa do Kasato Maru. Compôs junto com Carlinhos Brown (Capitão de areia). Na banda Ganga Zumba tem dois brasileiros. E essa banda mesmo pendia para uma sonoridade mais latino-americana mesmo. Ou alguma coisa assim. Não entendo de música! rs
Foi bem divertido!


Para saber mais sobre Miyazawa e Ganga Zumba, acessem: http://www.zashi.com.br/ e confira a matéria especial feita pelo repórter Andreano Takahashi!

E acho que vale a pena jogar no youtube para conhecer melhor a Ganga Zumba...Detalhe: tem uma japa com cabelo estilo afro que é muito style *.*!

Confiram o Miyazawa e sua canção mais famosa neste vídeo!
A música Shimauta foi feita para que os erros da Segunda Guerra Mundial não se repitam!


Segue a letra:

Shima Uta (tradução)
The Boom
Composição: Indisponível

A música da Ilha
As flores de "deigo" florescem
E chamam pelo vento
E a tempestade vem
O "deigo" floresce desordenado
E chama pelo vento
E a tempestade vem
A tristeza vai e volta
Como uma onda que atravessa a ilha
Te encontrei no bosque de "uuji"
No meio de "uuji", um pequeno adeus
É a música da ilha, que acompanha o vento
E junto com os pássaros, atravessa o mar
É a música da ilha, que acompanha o vento
Por favor, leve as minhas lágrimas

As flores de "deigo" também desfolham
E apenas as ondas oscilam
As pequenas alegrias são como
Flores da espuma das ondas
É o amigo que cantou no bosque de "uuji"
No meio de "uuji", a eterna despedida
É a música da ilha, que acompanha o vento
E junto com os pássaros, atravessa o mar
É a música da ilha, que acompanha o vento
Por favor leve o meu amor

Mar, universo, vida, Deus
Permaneçam eternos nesta tarde calma.
________________________
* Deigo = flor típica de Okinawa
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Linguagem Cinematográfica

04:36
No fim de semana passado eu fiz um curso de Linguagem Cinematográfica. Confesso que estava receiosa, por que gastei uma certa (boa) quantia para apenas 12 horas de aula.

Tudo bem, fui até lá de busão e, obviamente, desci no ponto errado, sou perdida-mor mesmo! Quando cheguei no prédio tinha tanta gente esperando pra começar o curso, mas nasala estranhei que apenas 3 pessoas, fora o professor e o ajudante, estavam lá. Isso me desanimou. Que raios de curso pouco procurado seria aquele?

De qualquer jeito, sentei e esperei. Outros alunos foram chegando, mas não passamos de oito.Quando o professor começou a falar, o desânimo apenas aumentou. Ele estava nervoso. Gaguejava um pouco e tremia.

E começou com a odiosa apresentação em grupo. Eu realmente detesto essas coisas. Enfim...Das oito pessoas, sete eram jornalistas ou estudantes de jornalismo e uma trabalhava com moda.

Chegou a minha vez e comentei que curtia mais o cinema oriental. Um sorriso se formou nos lábios do professor. Ele também gostava. E desatou a falar de Kurosawa, Wong Kar Wai - inclusive o filme "Amor a flor da pele" foi usado em aula, para meu delírio né? - e outros diretores ou artistas orientais.

Pensei "Se o curso não for bom, pelo menos dá pra trocar umas idéias sobre o cinema oriental depois".

Eu me enganei redondamente. Ele estava nervoso sim, no começo, mas era normal. Depois que ele já estava mais tranquilo, o curso fluiu muito legal!

E entre termos técnicos como beat, corte, plano, contra-plano, fizemos análises de alguns filmes.

Analisamos os filmes "Por um fio" (no sábado) e "2001 - uma odisséia no espaço" (no domingo). Além de assistir trechos de outras produções.

E, meu, Kubrick é o cara!
O filme é longoooooo, lentooooo e até mesmo chato.
E dá um sono terrível se assistir em um dia que você acordou às 07h am, almoçou e voltou para uma sala quentinha e escura. Dá um sono de você ficar se segurando pra não despencar da cadeira. Foi o que aconteceu comigo, confesso!

Ainda assim, não dá pra negar como esse filme é foda - apesar de estar as vésperas de ser jornalista, não encontrei outra palavra que resumisse tão bem - e atual. Tanto em aspectos técnicos quanto nas discussões filosóficas. Um dia eu o assistirei devidamente!...Só não sei quando!
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Nikki-chan

12:16
O hábito de se escrever um diário faz parte da cultura japonesa. As crianças são incentivadas a escrever desde cedo, como parte das lições de casas durante as férias. Ajuda a desenvolver a redação, além de trabalhar com os próprios sentimentos.

Isso tem raízes no Périodo Heian, época em que os chefes de famílias nobres registravam os acontecimentos do Palácio, inclusive sobre protocolo e boas maneiras. Tais regisrtos eram passados de geração em geração, de modo a auxiliar os mais novos a não passarem momentos vergonhosos. Acabavam sendo utilizado como manuais e chegou até a fazer parte da enciclopédia de boas maneiras.

Por outro lado, as mulheres costumavam escrever sobre o dia a dia dos palácios, mas também fofocas das damas da corte e também seus pontos de vistas pessoais, principalmente os sentimentais (inveja, ciúmes, adoração). Recebiam o nome de kana nikki. Daí o título deste blog.
Eram relatos tão elaborados que, muitas vezes, incluíam poemas e se tornaram obras líricas. Com o decorrer dos anos esse estilo se desenvolveu sob a forma de shishosetsu ou romances autobiográficos.

Uma matéria interessante que remete a literatura em forma de diário foi publicada no site da globo no dia 10/04/2007 (Data, inclusive, em que esta que vos screve comemorou 21 anos!). Segue um trecho:
...

Não segue mais, os dados do site da globo não são permitidos a reprodução. Mas segue o link: matéria da globo

Em linhas gerais, era uma matéria sobre o fato dos blogs em língua japonesa terem superado os de língua inglesa e um dos motivos apontados era esa cultura que os japoneses - principalmente as mulheres - cultiva do diário. Por isso o "diário virtual" parece ter conquistado uma boa parcela das nipônicas.

Para os psicólogos, escrever um diário é uma forma de desenvolvimento pessoal. Escrever seus sentimentos é uma maneira de compreendê-los e controlá-los.

De qualquer modo, para mim me pareceu muito mais interessante escrever sobre minhas experiências em forma de diário-literatura. Não que eu ache que minha vida tenha o enredo de um romance, mas é um modo de praticar minha escrita!

Fontes: São Paulo Shinbum, Globo Online.

Ps: Nikki, por tanto, significa "diário", em japonês. O sufixo "chan" remete a intimidade, algo informal, carinhoso.
Ps2: A foto é do meu último diário. Tão lindo! Ganhei do meu primo quando ele retornou do Japão! Eu escrevi meu diário até o começo da faculdade...Não sei por que parei depois. Acho que o blog acabou ocupando o espaço dele!
Ps3: Não escreverei sobre coisas pessoais, apesar da proposta ser informal, vou me fixar em acontecimentos do dia a dia mas com a devida edição! ^.~
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